quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Pra não ler!


Tem bastante tempo que escrevi sobre alguma coisa, mais ainda que escrevi sobre certas publicações, livros, revistas e etc. Pois bem, estes dias me via às voltas com um livro, há quase um ano que leio e paro, leio e paro, leio e paro; ahahahahaha!!!!!!!! Inferno de livro, nem a Divina Comédia me deu tanto trabalho pra ler, mas esse aí foi foda. Parei de vez! Não termino de ler essa merda desse livro. Mas isso me levou a pensar o que fez dele um clássico. O que teria sido?!

Segundo a crítica um estilo misturado de estéticas cinematográficas, a criação de adjetivos de cunho sexual e erótico, um intrincado jogo de palavras e coisas do tipo. Uma obra chocante e revolucionária. Sinceramente, eu achei um saco! Um protagonista presunçoso, tão taxativo com tudo, que chega a parecer uma velha socialite ranzinza. Para não dizer um criticozinho de arte e moda misturados. Como se não bastasse, ainda é narcisista a ponto de exaltar as suas feições. Um terror!

A trama não podia ser pior, um romance com uma menininha! Já adivinharam o livro, não?! É, Lolita, de Wladimir Nabokov. Um sujeito pervertido, uma garotinha chata, uma descrição enfadonha de características infantis que o excitam, enfim, um belo chute no saco. É claro que há quem goste, mas como diz um camarada lá do trabalho: Gosto é igual braço, tem gente que não tem.

Agora, se você estiver afim, vá lá, leia, saiba como Humbert Humbert e sua estória com Lô se desenrola.

Não deu pra não falar, livro chato pra caralho!!!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Pelo Prazer D'escrever

Saiu só de toalha do banheiro, o vento bateu-lhe nas coxas e subiu causando uma sensação gostosa e constrangedora. Ele olhou-a da cama, ainda meio com sono, não percebeu a sua inquietação, seu desconforto e prazer. Pudera, ele não sabia como ela ficava vulnerável com um pequeno sopro que fosse, uma expiração leve como uma brisa bastava, mas disso ele não sabia. Também, se soubesse, ia fazê-lo até que ela não aguentasse mais, a ponto de pô-la farta daquilo, de um jeito tal, que nem mais um furacão poderia despertá-la. Tiveram sorte, pois nas poucas vezes juntos, ele não descobriu seu segredo, ela não se apaixonou, nem tão pouco gozou, foi só um divertimento, e, ele não interessa, vai continuar sem saber os segredos dela ou de outras, já que caçadores só sabem abater...


O dia foi tenso, quase não parei, mal tive tempo de almoçar, na verdade, foi um lanche. O trabalho inexistia, estava teso, imóvel, nem os pensamentos conseguiam mexer-se. Quando o chefe me disse para ir resolver o problema arranjado pelo auxiliar, só consegui balbuciar um sim. Não foi do tipo, Sim Senhor, mostrando-lhe minha obediência e respeito, mas tipo, Sim,,, com o substantivo senhor quase esquecido, pensando mesmo em deixar só pelo simples sim, emendando após um, Você sabe come esse auxiliar é. Tive a perspicácia de engatar logo um senhor, mais respeitoso e obediente do que o costume, mas, passado um pouco, recordei a promessa feita à mulher dele, tinha que matá-lo assim que o expediente terminasse.


Se havia coisa de que ela se orgulhava era do asseio da sua casa. Tinha sempre tudo limpo, impecável, sempre pronto pra receber qualquer um, fosse um ministro, um bispo, o patrão do marido, aquela sogra chata com cheiro de cedro misturado com naftalina, hábito de quem não limpa, mantém tudo fechado e usa subterfúgios lúgubres para evitar o odor do mofo. Os móveis brilhavam, a mesa de vidro não tinha sequer um arranhão, cada bibelot ocupava obedientemente o seu lugar, medido, calculado, exato! Não havia erro nem coisa fora do lugar, as aranhas não proliferavam, tão pouco existiam, pois os insetos naquela casa não se criavam. O frescor do detergente e a organização imperavam naquela casa, pena era não ter ninguém que pudesse vê-los.


O vapor condensava-se na sua garrafa de cerveja. Aquele tom bronze do vidro fazia com que as gotículas de água formassem um citrino bruto, um pouco mais escuro, é verdade, mas com aquela textura irregular e cristalina, pronta para ser diluída num tolo passar de um dedos. Pensou nas coisas que podia fazer no lugar de beber aquela cerveja, sensações que podia ter se não fosse aquele porre, prestes a chegar. Recordou que houvera tempo no qual aquilo não lhe interessava, o gosto desse líquido parecia-lhe amargo, contemplar aquela cena seria disparatado e, de repente, um amigo lhe pergunta, Essa Belgian Ale é um espetáculo, né, ao que ele responde, Muito melhor que a Boite, jamais imaginei que Dado Bier fosse sinônimo de coisa boa.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Desconfortos do Tempo

Esses dias acordei tão, tão, mas tão atrasado, que pus pasta de dentes na gilete!


Numa dessas de atraso pra trabalhar só percebi que estava de chinelo quando entrei no metrô.


Achando que tinha perdido um aniversário perguntei:
Que horas são?
Onze e meia, porque? Você vai a algum lado?
Não. Tenho que ligar pro Augusto para dar-lhe os parabens...
Mas o aniversário dele não é em Julho?
É, hoje, dia 16.
Mas a gente está em novembro!
Maldito relógio que só mostra o dia!!!!


Oh André! Levaste sete anos pra te formares?! Fizeste direito ou medicina?
Na verdade Vó, eu ainda não me formei e o curso é ciências sociais...


Fui abrir o portão do prédio pra um cara que vinha aqui em casa dar um orçamento e ele me perguntou:
Você é irmão do Toninho?
Não, sou filho...
E ele é tão velho assim?!
.............
Mas você não é filho da Mizita, né?


Mas para algumas coisas o tempo fica estagnado. Minha Avó ainda me dá meias e pijamas meigos de algodão!






sexta-feira, 23 de abril de 2010

Pauta do Dia

PM recupera figurinhas da copa roubadas – agora roubo de figurinha é caso de polícia?! Ninguém mais trafica ou assassinado por aqui, né?!


Roberto Carlos canta em missa para a mãe – ele sempre gostou de cantar nesses eventos religiosos, lembra quando o papa veio?


Mulher traída atira contra companheiro, mas acerta transeunte – não basta a polícia e os bandidos atirarem a esmo?! Agora vamos ter que aturara corno também?! Imagina: O fulano morreu! Como? Levou uma bala perdida! Da polícia?1 Não, de um corno desvairado!


Jornal de alunos da USP pede agressão a gays, em troca dá convite para festa – é impressionante como as universidades paulistas estão na vanguarda... do retrocesso, né?!


Alemães criam sistema que controla carro com os olhos – será que tem pra cego também?!


Balconista ri à toa depois de ganhar 285 milhões de dólares na loteria - http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/04/balconista-ganha-sozinho-premio-de-loteria-de-us-2585-milhoes-nos-eua.html


Homem pula nu do segundo andar para evitar que lhe roubassem a moto – quebrou os dois tornozelos, os dois braços e evitou que sua valiosíssima CG 125 fosse roubada. O problema mesmo é que nunca mais poderá andar de moto.


Inquérito apura responsável por caos durante megaculto – deus, ora pois!!!


Dilma está atrás do voto das mulheres – porque qualquer homem foge dela!


ENQUANTO ISSO NA ESPANHA

Homem leva multa de 150 euros por dirigir se masturbando – o policial que aplicou a multa alegou que ele não teria “liberdade de movimento suficiente”. Imagina se tivesse,

quê que esse sujeito não faria?!


ENQUANTO ISSO EM HOLLYWOOD

Britney Spears é proibida de sair sem sutiã – ela devia era ser proibida de sair sem focinheira.

terça-feira, 16 de março de 2010

PODIA DORMIR SEM ESSA!

São algumas pérolas que eu disse ou me disseram, mas que qualquer um dormiria bem melhor sem.



Se o Neimeyer tivesse visto aquele cocô fazia um museu!


Porra! Sério que cê ta dando idéia pra essa mulher?!


Caralho!!! É o Emerson?! Mas aquilo ali parece um homem!


Bom dia! Dormiu bem?(Bêbado eu durmo de qualquer jeito, querida, foda é acordar com você do lado).


Você bem parece aquele rapaz da grande família. Quem, o Lúcio Mauro Filho?! Não! O Tuco mesmo...


Você se formou, né André? E quando você vai arranjar um emprego?!


Fiz dezessete semana passada...


Vinte e sete, sério?! Achei que você fosse bem mais velho...


Você tá namorando a Angélica mesmo?! Mais ou menos, por quê? Porque o Daniel ficou com ela ontem.


Quem é esse cara com jeito de viado na foto? Sou eu... Não, o outro, do lado. É a minha namorada...


Acho aquele cara do Autoramas um escrotinho. Ele é meu irmão! Então deve ser de família...


quinta-feira, 11 de março de 2010

Nas Águas da Lusofonia

É engraçado, apesar de Brasil e Portugal falarem a mesma língua, as entonações e significados nem sempre são os mesmos. Por isso decidi dar uma navegada por essas diferenças, fazer tipo um dicionário, saca?! Começo com algumas palavras que me chamaram
à atenção estes dias lendo um jornal da terrinha.


Bebê escreve-se assim por aqui, lá em Portugal escreve-se bebé. A princípio parece só uma mudança de entonação, não é?! Mas pra mim parece mais nome de jogador de futebol baiano ou pai de santo. Imaginem: Num faça isso, visse! Pai Bebé falô que dava um desacerto lascado.


Tem umas melhores, injeção e bunda. Lá em Portugal chamam-se, respectivamente, pica e rabo. Já se vê onde isso pára, né?!


Broche, por exemplo, aqui é um simples adorno. Agora, entra numa loja em Portugal e pede um broche... se não te puserem pra correr, vão chamar a polícia ou te encher de porrada, sabem por quê? Broche é tão singelo quanto boquete.


Autoclismo, alguém sabe o que é?! Então vai a dica, se você for a um banheiro lá na terrinha, que diga que o autoclismo está escangalhado, não cague. A não ser que você queira deixar um presentinho para os próximos, pois a descarga não estará funcionando.


Há a famosíssima bicha. Não, não estou falando do Roberto Leal. É que, como muitos sabem, bicha em Portugal é fila. Quantas vezes não fui para o rabo da bicha para poder comer...


Do mesmo naipe há o borrego. Como é bom comer um borrego!!! É mesmo, é uma carneiro ou ovelhinha bem jovem. São tão tenros...


Mas nem tudo é ruim, se você for à padaria e pedir cem gramas de presunto, não virá presunto. E você se pergunta o que há de bom nisso, vou à padaria peço presunto e vem salame?! Não, é que presunto em Portugal é o de parma o outro é fiambre.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Pauta do Dia

Morre segunda vítima do desabamento em hospital no Pará – a medicina tá tão avançada por aqui que a mulher foi levar uma criança a uma consulta e conseguiu morrer.


Justiça de Minas condena casal que educa filhos em casa – claro! Lugar de criança é na escola, recebendo aquela educação excepcional da rede pública de ensino.


Surfista pega onda no baixo Gávea – hoje ele foi diagnosticado com leptospirose e oito tipos diferentes de micose.


Em defesa de Adriano... Bruno dá declaração infeliz – em homenagem ao dia da mulher o goleiro, nem preciso dizer de que time, confessou que amansa a mulher à base de porrada.


Desabamento em coreto deixa um morto – o pessoal tá levando a sério demais essa estória de bagunçar o coreto, e olha que o carnaval já passou...


Mulher com 4 seios diz que médico afirmou que ela ficaria linda – ele só esqueceu de dizer o planeta.


Ex-prefeito é condenado a dois anos de cadeia por roubar calcinhas – se a moda pega por aqui o Wando tava fudido.


Chinês anônimo encarna o “homeless chic – quer dizer que mendigo não pode ter estilo?! Não entendi o espanto...


Médico diz que Arruda está com depressão – será que essa cola pra minha monografia também?!


Dilma diz que Brasil está preparado para ter uma mulher presidente – ia ser legal mesmo, uma mulher de pulso firme, assim tipo... sei lá, a Ednanci?!


Adriano aparece para treinar ao lado da “noiva” – parece até coisa de político americano, que depois de comer a secretária, pede desculpas em público com a corna ao lado dando apoio.


Bebê é flagrado brincando com pé de maconha em SP – o que aconteceu com aqueles brinquedos convencionais?!?!?!?!


Curtíssima da Ucrânia


Vôo é cancelado após passageiros perceberem que tripulação estava bêbada – e só perceberam porque reconheceram o Yeltsin vestido de piloto.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Para não passar em branco


Em 8 de Março de 1911 nascia Maria Bonita, cangaceira e companheira inseparável de Lampião. Quero lembrá-la aqui como forma de homenagear todas as mulheres que lutam, lutaram e lutarão por seus ideais. Obrigado a todas vocês por nos fazerem existir!!!!


Obs.: eu sei que é meigo e piégas, mas não dá para ser sórdido o tempo todo...

sexta-feira, 5 de março de 2010

Pauta do Dia

Nascido em dia de tragédia, gatinho é batizado com nome de terremoto numa cidade chilena – depois eu sou o sarcástico.


Adriano não aparece na Gávea há nove dias – acho que nem o Romário era tão fanfa.


Peregrinos morrem pisoteados em Meca – foram se livrar dos pecados e acabaram pisados...


Miguel Falabella e Diogo Vilela interpretam casal gay no teatro – só no teatro, né?!


Forças armadas do Chile demitem responsável por alerta de tsunamis – e isso adianta de quê, agora que eles já passaram e o senhor Miguel Angel Gutierrez continua com um veleiro no quintal?!


Primeiro ministro da Itália, Silvio Berlusconi, adia viagem ao Brasil – o Itamaraty desconhece os motivos, mas eu sei quais foram, a assessoria dele marcou a visita para depois do carnaval, coisa que o bom vivant não queria. Ele queria era vir no carnaval, porque o Lula ele tem que ver o tempo todo.


ENQUANTO ISSO EM PORTUGAL


Pais deixam bebé morrer para jogar – leiam, é curto e chocante, não é disso que se faz notícias? http://www.cmjornal.xl.pt/Noticia.aspx?channelid=00000091-0000-0000-0000-000000000091&contentid=33811D7E-64D3-4ADE-A956-0B5A24525D6F&h=2


Filmes pedófilos caçam professor! – a primeira coisa que me veio à cabeça foi uma penca de vídeos vestidos com aquelas roupas ridículas de caça atrás do sujeito.


Villarreal pronto para atacar Jesus – achei que fosse minha cidade entrando em pandemônio, mas era só um time atrás de um jogador.


Mar engole três pescadores – parece que por lá eles não se afogam.


Judiciário está empenhado em derrubar Sócrates – a história se repete 2500 anos depois.


Bateram-te? Vou à escola – achei que a pratica dos castigos corporais tinha acabado por lá, mas pelo visto ainda há adeptos do professor Fernando.


PJ recupera centenas de livros furtados a biblioteca – a polícia portuguesa é mesmo ocupada!


Vaticano afasta corista que fornecia prostitutos – o mais impressionante é que os garotos de programa eram seminaristas e quem os papava era o ex-presidente do conselho de obras públicas italiano.


ENQUANTO ISSO NA ARGENTINA


Aumento dos cigarros, marca por marca – não sabia que o cigarro tinha um papel tão importante na sociedade argentina.

Era só isso que tinha nos jornais argentinos, além, é claro, de muitas reclamações contra a “presidenta” e o Maradona.

quinta-feira, 4 de março de 2010

quarta-feira, 3 de março de 2010

Pauta do Dia

Sai Haiti entra Chile – muito mais preocupante, o que será do nosso abastecimento de vinho e salmão?!


Homens que não traem são mais inteligentes. Mulheres traem por questão de motivo e vontade – elas são sempre mais inteligentes.


Hillary Clinton está no Brasil – por onde andarão Bill e Mônica?!


Mulher chamada de “loirinha peituda” ganha ação contra lanchonete – ela queria ser chamada de quê depois de pintar o cabelo e por silicone?!


No estado da Paraíba ficou proibido dizer palavrões em estádios de futebol – se o campeonato paraibano já não tinha uma boa média de público, imagina agora que perdeu o sentido ir ao estádio...


Orca aparece em praia carioca e dá show – será que foi aquela que eles expulsaram do Sea World ou era minha tia Neide com um maiô preto e Branco?!


Chuva de peixes vivos na Austrália! Meteorologistas culpam tornado – eu ainda acho que é um teste do governo Lula.



Serra evita falar em candidatura e Aécio reafirma de não cogita ser vice - será que ele vai peidar outra vez e vão botar o chuchu pra perder a eleição?!


Deputado da “oração da propina” renuncia para não perder os direitos políticos – porque o direito ao paraíso ele já se empenha para não perder...



ABL já se divide nos bastidores entre FHC e Ziraldo – cá entre nós, eu prefiro o Ziraldo, que nunca pediu para esquecermos o que ele escreveu ou desenhou, já o FH...



Pulseira transforma braço em teclado touchscreen! – agora falta inventarem um chip para não precisarmos mais sair de casa...



Arruda quer deputados acusados como testemunhas – não dava para arranjar gente com mais credibilidade!



Coronel da PM carioca é exonerado após morte de Cabo, o qual tentava negociar a devolução do carro roubado da mulher do Coronel – nunca vi polícia tão bem preparada e consciente.



Polícia Civil de SP investiga trote violento de faculdade em Mogi das Cruzes – São Paulo é mesmo vanguarda, depois da naziban vem esse trote simpático. Em quê mais as universidades paulistas inovarão?!



Depois de ontem, ele ainda não sabe, Eliéser não comerá mais chocolate – essa foi por minha conta, que já estou na torcida para que o Kleber Bambam ganhe o Big Brother.

Foragido do Mato Grosso do Sul tem trabalho para se entregar à polícia em BH. Nem a Polícia Civil, nem Militar quiseram prendê-lo, pois achavam que o rapaz estava drogado ou tinha problemas psicológicos – essa nem precisa de comentários...

sábado, 30 de janeiro de 2010

Direto da TV


Esta é a imagem de algumas crianças haitianas agradecendo os integrantes do Big Brother Brasil, pois todos os que estão participando comprometeram-se em doar um trerço do premio de 1,5 milhão de reais para o pobre país.
O que esta gente não faz por promoção pessoal...

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Curtas da internet

Recebi um e-mail hoje que era vírus com certeza. O assunto dizia: Conheça o antivírus gratuito da Microsoft. Vírus na certa, pois Microsoft e grátis são antônimos, além de ser impossível construir uma frase com sentido que tenha essas duas palavras.



Tava baixando uns seriados na internet e me deparo com a seguinte declaração no fórum:
“venho aqui tambem da os parabens para o sait que sempre esta atualizado. sobre a serie HEROES é tudo de bom, espero que nesta proxima temporada tenha mais ação e efeitos –
eu era fãn do Peter mais agora sou fãn do Sayler ele tem muito mais postura de heroi e vilão.
sayler é o cara da serie, para mim os mais massa da serie é:
Hyro – cler – peter – noar – bom espero que esta serie venha com tudo neste ano de 2010………”
Deve ter prestado o ENEM este ano... ou é parente da Carla Perez.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Isso aí é trololó!!!

Já que é dia de São Sebastião, padroeiro da cidade do Rio de Janeiro, a frase de hoje é de um político carioca. O governador do estado, Sérgio Cabral, comentava a atuação da agetransp, que apesar dos vários problemas com o metrô não havia sequer dado uma multinha à concessionária. Então ele disparou em defesa da agência reguladora e seus diretores:

“O presidente da agetransp é uma pessoa de bem!!!”

Até entendo as globais usarem esses termos para se referirem às colegas de trabalho, mas um governador defender a permanência de alguém num cargo nesses termos?! Cheguei a sentir saudades do Collor e do seu pessoal PhD...

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Isso aí é trololó!!!

Num dos seus quadros o CQC entrevistou Paulo Salin Maluf e César Maia. Tratando-se desses dois só podia sair trololó.


O entrevistador pergunta:

O senhor já roubou alguma coisa?

Maluf responde sem titubear:

Não necessariamente...

Em outra pergunta o entrevistador pergunta se ele havia mentido em alguma pergunta e ele explica:

Muitas vezes você é obrigado a não contar a verdade... mas não quer dizer que você mentiu!



Dá pra ver que ele possui uma noção ética um tanto quanto particular, não?!

Isso aí é trololó!!!

Hoje inauguro um novo tipo de postagem. Serão inteiramente dedicadas a grades frases dos nossos políticos. Vou por o contexto da frase e reproduzi-la. Espero que seja de grande inspiração para seus corações e mentes.Como não podia deixar de ser começo com a mais antiga que tenho memória, do nosso Ex-presidente FHC. Também dará o nome das publicações.

Numa coletiva de imprensa, desculpando-se sobre algo ou alguém, ou mesmo tentando desmentir alguma coisa, ele dispara:


“Isso aí é TROLOLÓ!!!”

Dava pra entender se o Lula tivesse dito isso, mas um doutor, sociólogo e blá blá blá?! No mínimo, deve ser isso que se ensina em sociologia....

A Paz e o Preconceito

Adoro festinhas! Principalmente quando você tem a oportunidade de conhecer e conversar com pessoas novas, e quem sabe algo mais. Estes dias estava eu num desses encontros sociais regado a pessoas de diferentes origens, com grupos de amigos diferentes, enfim, uma grande zona. Contudo foi bem legal. Apesar de haver de hippies a patricinhas, de gays a machistas, de anarquistas a psdbistas, saltos altos e rasteirinhas, chinelos e all stars, todos se comunicavam na mais perfeita paz.

Problema, é que quando a paz reina entre pessoas tão diferentes, a linha que a mantém torna-se bastante tênue. Uma atitude que contradiga o estilo de vida da outra ou uma frase mal colocada pode acabar com toda essa paz. Você não pode simplesmente falar mal de saltos plataforma, de como acha estúpido pagarem oitocentos reais num vestido (que no fim das contas é um pedaço de pano costurado), não pode falar mal de maconheiro, política então, é o assunto a ser evitado.

Mas eu como bom bêbado, sem noção e ácido como ninguém, tinha que perturbar toda essa serenidade. Estava conversando com um rapaz, amigo de uma amiga minha, que por acaso é gay. Até aí problema algum, porque já o conhecia de antemão e ele sempre pareceu um cara gente fina. É um pouquinho afetado, mas conheço héteros muito piores e isso nunca foi um problema.

A questão é que não é necessário ser gay para ser afetado, fato! Esses adjetivos que por longa data se usaram para caracterizar e, principalmente, diminuir os gays, não se aplicam mais apenas aos homossexuais. Acredito até que há muitos héteros bem mais mal resolvidos que homos. Afinal, o homossexual já tem a sua sexualidade mais ou menos resolvida, suas premissas e tudo mais. Já o hétero, principalmente dos nossos dias, não é tão seguro de si, pois não tem aquela sociedade que o apóia irrestritamente. Olha que eu conheço uma pá (talvez até um carrinho de mão) deles!

Portanto, o que se passou foi uma mudança no significado de algumas palavras, oriunda de uma mudança mais profunda da nossa própria sociedade. Precisa ser um Diogo Mainardi para não perceber. Mas o rapaz com quem eu falava, certamente, era de uma safra meio assim, coisa que eu não tinha percebido até então. Estávamos nós conversando sobre alguém, que devido ao álcool eu não vou lembrar, que possuía uma visão de mundo meio restrita e afetadinha. Daí eu disparei, “Mas esse cara é um viadinho!!”, querendo dizer que ele era meio recalcado e coisa assim.

Obviamente levei um fora daqueles, com direito a um olhar de nojo que me deixou do tamanho de uma pulga. Logo depois pensei, eu bem que podia nem ter parado para conversar com esse cara, podia ser preconceituoso, achar que homossexualidade é uma doença e coisas mais bizonhas do gênero, mas eu não consigo. Só ficou aquela vontade de ser machista ao extremo, de nunca ter tido, na infância e adolescência, aquelas conversas com a Lu sobre sexualidade. É... pelo menos descobri que o preconceito não está nas palavras, está nas pessoas.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Os Dez Mandamentos do Trânsito Carioca

Qualquer um sabe que o trânsito carioca é um tanto caótico. Não pelos engarrafamentos, como em São Paulo, mas pela mentalidade e ações dos nossos motoristas. Contudo, só experimentando ir para o meio desse trânsito é que sabemos como ele é de fato caótico. No meu caso, o trabalho de campo não se deu a partir do momento que comecei a dirigir um carro, na verdade foi uma bicicleta.
Dirigindo essa bicicleta fui vendo o que acontecia, até porque essa mania de ser politicamente correto me fez parar em sinais, não andar na contramão ou calçadas. Devem estar achando que eu sou um idiota, talvez seja. O fato é que desde que elegi a bicicleta como meu principal meio de transporte tenho seguido as regras (exceto pelo álcool e direção).
Daí tive que me meter no meio do trânsito, porque da Tijuca pro Centro (de onde moro para onde trabalho) não há uma única ciclovia. Foi aí que vi como funciona o trânsito carioca, como os motoristas são amáveis uns com os outros e, principalmente, como todos, de ônibus a motos, respeitam e reconhecem os ciclistas. Fantástico! É de chorar...
O que se segue é uma pequena lista dos dez mandamentos cariocas, feito a partir dessa gratificante experiência que é dirigir no Rio de Janeiro. Podia incluir uma lista bem maior, mas esta parece-me sintetizar o espírito da coisa.



1º Buzinai-vos uns aos outros

2º Tu és o único nesta estrada

3º Não reconhecerás outro motorista além de ti

4º Não fiques na pista da direita em vão, ultrapassa

5º Lembra-te dos fins de semana, só há péssimos motoristas

6º Xingarás sempre que possível

7º Quando bateres, nunca admitas a culpa

8º Jamais darás passagem a pedestres ou bicicletas

9º Ultrapassa os sinais Vermelhos

10º Sempre que o carro do outro for melhor, amassa-o

Lições Midiáticas

Esses dias me peguei vendo video show. Estava almoçando e passava o infame programa, que serve apenas para promover outros programas da emissora que o transmite. Belíssima utilidade, heim?! Naquele vai e vem de besteiras e futilidades vi uma atriz, nem sei como descrevê-la, dessas que está começando, fazendo malhação ou coisa assim, se explicando por causa de um vídeo que a mesma postara na internet e causara grande repercussão.
Daí me detive para ver o que ela havia feito ou dito no tal vídeo. Não passou na integra, mas as partes que apareceram, que eu prestei atenção pelo menos, ela falava que não era nada diante de um universo tão grande, que não tinha problemas e coisa assim. Obviamente isto me levou a ver as asneiras que ela disse na integra. Assim que terminei de almoçar fui pro youtube para ver aquele manancial de sabedoria.
Comecei a assistir o vídeo e aquela menina fazia o discurso completamente resfolegante, dizendo o dia e o lugar, que por acaso era dia de Santa Bárbara, de Iansã. Ela, uma pobre menina rica, que desde os cinco anos não punha os pés no Jardim Botânico, decidiu entrar lá nesse dia. Ficou extasiada, tomou banho de chuva e decidiu mudar sua atitude perante as pessoas, o mundo o cosmos! Incrível!!!
Depois o discurso começa a ficar meio lenga-lenga, tipo o segredo (aquele livro fundamental para qualquer patricinha ou dondoca), cheguei até a pensar que algumas coisas podiam ser fruto de uma ida à sessão do descarrego, visto o discurso ecumênico da menina. Porém, como infelizmente tenho o tal livro em casa (fruto de duas mulheres bem antenadas na moda literária), fui dar uma folheada para ver de onde vinha o discurso.
Claro, estava tudo lá naquele bendito livro! As mudanças são fruto do poder da mente, da consciência, e todo esse trololó. Mas o que me impressionou, de verdade, foi a menina dizer que ela não tem problemas, que ninguém tem problemas! Ora, ela realmente não deve ter problemas, mas dizer que ninguém tem problemas só pode ser fruto de uma vivência restrita, limitada pelos bairros de Ipanema, Lebleon e adjacências. Esse é o problema dela, que a tão aclamada consciência dela não percebe, mas fazer o quê?!
O pior de tudo, que ao escrever este texto acabei fazendo uma mini pesquisa. Meio superficial, é verdade, mas dei uma olhada no youtube, uma lida num livro medonho e ainda assisti o tal video show. Foi aí que de súbito, como a menina do vídeo, tive uma mudança na minha percepção de mundo e de vida. Descobri que ninguém fica a salvo da implacável industria de produção de bobagens culturais, nem mesmo eu(quanta presunção!), que deveria ter um certo distanciamento devido à minha área de estudo.
Falar nisso… alguém já tem um palpite para o vencedor do big brother?!

sábado, 9 de janeiro de 2010

Leituras Fundamentais

Já há alguns anos desenvolvi o hábito de ler no banheiro. Por mais rápido que o serviço seja não consigo ficar ali sem ler alguma coisa. Às vezes é uma bula de remédio, outras os ingredientes de shampoo, sabonete, perfumes, esmaltes e coisas que se encontram em banheiros com alguma coisa escrita. Ultimamente tenho deixado um livro no banheiro para não ter que recorrer a essas leituras esdrúxulas.
O que nunca tinha me ocorrido é que há coisas que parecem ser escritas justamente para esses momentos. Apesar dos meios de comunicação exercerem sobre mim um fascínio incrível, nunca tinha me atentado para o fato de existirem produções específicas para certas situações. Há revistas e livros que são ótimas distrações.
Por exemplo, quando você vai ao consultório médico, é normal encontrar revistas como a caras, a veja, a época e outras do tipo. Elas não estão ali para nos enriquecer de alguma forma, não! O propósito delas é distrair-nos enquanto esperamos ser chamados. Dependo do lugar serve até como estímulo. Quem tem medo de dentista, quando vai ao consultório, deveria somente “ler” a caras. Todos aqueles sorrisos perfeitos, muito brancos e alinhados, aquelas senhoras com noventa anos e um sorriso impecável, só pode servir como exemplo daquilo que você está fazendo lá.
Quando você consulta um advogado por causa da sua ex-mulher, que está pedindo uma pensão exorbitante, seria de bom tom ler a época, a veja ou a istoé. Você vai ver que há uns fazendeiros, pobres coitados, que tiveram a fazenda invadida por inescrupulosos sem-terra, que acabaram com infindáveis hectares de eucalipto, laranja ou soja. Alguns hectares eram até fruto de grilagem, mas eram produtivos, ora! E afinal, quem é o latifundiário que nunca grilou um hectarezinho?! Aí você “vê” que a sua situação não é tão má, até porque o latifundiário não tem quem processar, pois os furiosos sem-terra não são uma entidade jurídica.
Porém, não são só as revistas que têm sua produção voltada para ocasiões específicas, há alguns livros com esta finalidade. Se você está fudido, sem grana, sem emprego e perspectiva é bom ler “O Segredo”. Mesmo que não mude em nada a sua penúria, vai dar-lhe uma postura em relação ao mundo inteiramente nova, você vai encarar a miséria de maneira positiva, talvez até consiga um bolsa família.
Agora, a revista que me levou a pensar nesta baboseira toda ainda nem foi citada. Ela serve pra você que tem uma banda, que acha que ela jamais fará sucesso, que durante um ensaio de duas horas não se consegue acertar mais que duas músicas inteiras. Tem uma publicação que vai te estimular, mais que isso, vai te mostrar que tudo é possível e, certamente, ela está disponível no estúdio. Quando você estiver bem puto e sem tesão, diga aos seus companheiros que vai ao banheiro, pegue a rolling stone e leia-a dando uma boa cagada, pois é pra isso que ela serve!

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Entre a Necessidade e a Adaptação

Essa coisa de ser português e não ter quase vestígios da minha cultura natal é uma coisa! Vira e mexe alguém me pergunta: Por quê seu apelido é Portuga? Depois de quatorze anos já tenho algumas respostas preparadas, mas elas sempre dependem de quem pergunta e do meu humor.
Se eu estiver de bom humor digo logo a verdade, que nasci em Portugal e que vim pra cá na adolescência. Se for alguém meio chato querendo puxar assunto, seja homem ou mulher, eu digo que é por causa da minha falta de inteligibilidade (já sabendo que a pessoa dificilmente saberá que me estou chamando de burro, mas quem mandou perguntar?!). Se estiver muito bem humorado faço uma graça, digo dever-se ao meu bigode, que é uma semelhança que procuro manter com a minha mãe.
Agora, um destes dias fui entregar uma prova e a professora puxou assunto. Perguntou como eu tinha ido, se tinha feito boa prova. De pronto respondi o que ela saberia quando a corrigisse, fui muito bem na primeira questão, mas dei uma escorregada na segunda. Não satisfeita perguntou-me: Você é português, né?! Coisa que ela já sabia, pois certa aula ela foi fazer uma graça com meus patrícios e sua lógica peculiar e alguns alunos riram, como se houvesse um português na sala. Óbvio, lá estava eu rindo junto dos meus colegas pela gafe da professora. Ela meio sem jeito apercebeu-se da situação e perguntou se havia algum português na sala. Assim ela descobriu que eu era português.
Contudo, jamais esperei aquela pergunta de uma professora, mas entendo, vindo de uma socióloga é até normal. Problema é que eu não podia dar aquelas respostas prontas ou ácidas, né? Ainda mais quando ela disparou uma série de questões relacionadas: Mas você não tem sotaque?! É praticamente um brasileiro?! Você está há muito tempo aqui?
Bem, respondi tudo com calma e polidez, mas pensando em silêncio outra coisa. É que a senhora não era um português no início da adolescência, vindo do interior, pouco adaptado às maldades e malandragens cariocas, ainda por cima, que foi estudar num colégio do subúrbio, nem “tinta” eu podia falar, pois era motivo de chacota. Queria ver se a senhora não perdia o sotaque e o jeito de português rapidinho! Foi também por causa disso que tomei ódio mortal pela seleção brasileira, mas isso é outra estória...

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Com que roupa?!

Há algumas coisas que não costumamos questionar. Por quê usamos roupa?! Por quê temos vergonha dos nossos corpos nus?! O porque de andarmos calçados eu nem questiono, mas essa de andar vestido eu acho incrível. Logo quando vim morar no Brasil percebi que a roupa era um acessório quase inútil, principalmente no verão. Não digo pelas mulheres peladas que a sociedade machossaurica brasileira insiste em perpetuar, digo pelo calor mesmo.
Vim eu direto lá da terrinha, de Vila Real, aquela cidadela incrustada em Trás-Os-Montes(agora já não se chama assim, Portugal virou uma federação, então as províncias foram fudidas, digo, fundidas e viraram estados). Há inúmeras diferenças culturais e elas refletem-se no vestuário, percebi ou perceberam por mim assim que eu cheguei. Além de ser constantemente chamado de mauricinho ou playboyzinho, percebi também que aquele tipo de roupa não se adequava muito aos trópicos. Era um calor insuportável sempre que eu estava com outra roupa, que não fosse o uniforme do colégio(outra diferença cultural, lá não se usam uniformes, distinguimos-nos pelo vestuário. Estilos de vida, saca?!).
Enfim, não foi uma experiência muito boa, de início, vir morar no Brasil. Foi meio traumático até. Tive que perder o sotaque muito rápido, pois mesmo ele era motivo de piada. Não é fácil vir morar num país em que a sua identidade é motivo de piada. Só depois percebi que não existem piadas de português, só há uma, o resto é pura verdade.
Bem... voltemos às coisas que não questionamos. Há uma altura das nossas vidas em que percebemos que o que fazemos é fruto do lugar ou sociedade em que vivemos(se você não percebeu isso até agora, ou é muito novo, ou precisa pensar melhor no que faz). Falamos uma língua, temos algumas festas, religiões, cerimônias, valores morais e éticos(nem tanto, né?!), referências e etc. Mas isso não costuma ser muito questionado.Acho que ter sido criado, em parte, em outro país, ajuda a perceber certas coisas. Uma delas foi essa coisa da roupa. Claro que a religião e tudo mais vieram também, mas a maior mudança foi, certamente, no vestuário.
Um belo dia, de calor, é claro, eu estava andando até o ponto do ônibus vestindo uma calça jeans. Suava feito um condenado. Calça jeans no calor é um inferno, ainda mais aquela Levis 501 que tinha vindo de Portugal(lá era uma febre esse modelo, chamado aqui na altura de calça cigarrete. Apertadinha, tipo essa que os emos usam. Um inferno!). A cada passo me dava vontade de coçar o saco, menos pela coceira da cueca e, mais, pelo incômodo. Era uma beleza, aquela calça e este calor...
Nesse mesmo dia notei a necessidade de mudar de vestuário neste país. Passei a usar mais bermudas, de preferência, largas, camisas mais leves, menos blusas pólo, chiiiiiiiiiiiiiiineeeeeeeeeeeeeeelo, bermudas de tactel(maravilha!) e outras indumentárias apropriadas ao calor daqui. Porém, houve uma peça do meu vestuário que eu mudei para sempre naquele dia e nunca tive uma escolha tão feliz. Parei de usar cuecas! Ah sim! Nunca mais tive vontade de coçar o saco, como vejo de mendigos a executivos fazendo na rua, com uma parcimônia tal que me deixa certo do que fiz.
Ainda há os e as que acham anti-higiênico, mas a verdade é outra. Trocamos de roupa todos os dias, qual o problema do pinto encostar na calça ou, mesmo, a bunda?(É só cagar em casa antes do banho.) Quem não usa cueca tem que ter mais asseio, pois não tem a nojeira daquela fralda para depositar a última gota de mijo, não tem o incômodo do pano apertando os bagos, nem a suadeira disso proveniente. A cueca é um estorvo!
Contudo, é mais fácil me chamar de porco e andar por aí com aquela cueca suja e rota, que não é trocada(que dirá lavada) há mais de três dias. Mesmo assim, ainda queria ter, várias vezes, esse ótimo motivo para coçar o saco em público, no meio da rua, sem dó nem piedade, mas parei de usar cueca há 11 anos...

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Casar ou Comprar uma Bicicleta?

Eu sou um grande adepto de andar a pé e de bicicleta. Tenho incontáveis quilômetros percorridos na cidade do Rio de Janeiro, onde moro, e não só. Trajetos que às vezes nem eu acredito, mas que te viciam depois de um tempo. Tenho uma tara séria por fazer esses trajetos, seja na Penélope ou a pé. É um tempinho de reflexão, momentos meio introspectivos. Ótimos para serem feitos só, porém, se o companhia é boa, são bons também.
Quantas coisas não conheci por causa dessas andanças? Desde lojinhas de recipientes de vidro, de todos os tipos, menos panelas. Achei incrível aquela loja na rua do Resende. Um autentico achado! Ainda mais que eu tinha quebrado a panela de vidro da minha sogra há pouco tempo e queria trocá-la antes que ela notasse. Grande ilusão! Não havia a bendita panela e ela ainda descobriu. Lá se foi o aparelho de fondue da dona Ângela...
Bem,... houveram outras coisas,... muitas até. Antiquários fantásticos, sebos bons e baratos – principalmente nas quadras entre a Lavradio e a Praça da Cruz Vermelha, por um lado, e entre a Riachuelo e a Frei Caneca e Visconde do Rio Branco(o cara foi bom, tem duas ruas com o nome dele!), por outro. Conheci vários bares, lojas de bicicleta, mercados, mercearias, pessoas, torresmos... Nossa! Tenho que fazer um adendo: tem um boteco ali na Marquês de Abrantes, do mesmo lado da rua que o SESC, pouquinho antes, que é fenomenal! É um pé sujíssimo, mas o torresmo é de primeira!
Voltando, quantos edifícios lindos não vi? Coisas da nossa Belle Époque, art nouveau, art déco, neoclássicos, barrocos e rococós, modernismos le corbusieranos e niemeyeranos. O que é a Cinelândia, a Lapa?! Acho que andar, nesse ritmo mais lento, seja de bicicleta ou a pé, faz com que desenvolvamos outra relação com os lugares. Andar deixou-me apaixonado por esta ”metrópole“. Todos os seus extremos, tanta gente diferente junta, uma correria que não têm explicação, uma euforia, mesmo que disfarçada pelo terno. Nesses caminhos conheci a minha cidade. Levei tempo para chamá-la de minha, mas essas mesmas andanças deram-ma. Afinal, os melhores cariocas são aqueles que não nasceram aqui. Dizem...
Esta ode a pedalar e andar não é à toa. Numa dessas andanças pensei em abolir, definitivamente, o carro particular da minha vida. (Olha quanta coisa não dá para pensar de Botafogo à Tijuca.) Digo abolir o carro particular, pois já não tenho carteira, apesar de ter carros à disposição para usar; e de amigos, amigas, ficantes, namoradas, Pai, mãe e cunhado. Estava eu na rua do catete, logo depois de passar o largo do machado(mas não largo do copo), quando a idéia me ocorreu. Tive até à Tijuca para mudar de idéia...
Eu pensei: Como seria bom se eu só andasse de ônibus, a pé, de bicicleta, de barca ou, na última da hipóteses, de táxi. Passei o trajeto até à cândido mendes achando uma maravilha! Que fantástico! Para mim, naquela hora, era um ato de puríssima rebeldia. Mas o caminho até à tijuca ainda era longo.
No sinal, logo depois da cândido mendes, vejo uma menina linda dirigindo um carro. Estava parada no sinal. Ia entrar na cândido mendes – pelo menos a seta estava ligada. Os vidros da frente estavam abertos e de dentro ouvi mutantes saindo, tocando jardim elétrico. Olhei com mais calma para ela, foi o suficiente para me apaixonar. Tinha um jeitinho doce e decidido, pele macia e carne tenra, e um olhar constrangedor. E eu ainda tinha até à Tijuca para continuar apaixonado.
Pensei em todas as merdas que não rolariam se eu tivesse alguma coisa com aquela menina. Imagina! Eu querendo abolir o caro da minha vida e arrumo uma mulher que tem carro. Só pensei nela dizendo, Vamos almoçar no vegan vegan?! E eu respondendo, Claro meu amor! Eu vou sair agora e quando estiver chegando te ligo, ao que ela me responde, Mas eu to com fome agora! Vamos de carro! Eu sabendo que ela está de tpm, ainda tento amenizar, Mas meu bem, você sabe que eu não ando de carro, a gente não tá com grana pra ir de táxi, almoçar lá e voltar de táxi. Eu vou correndo de bicicleta, você vai de carro. Não vai demorar tanto. Como se isso fosse dar certo... até parece. Foi a briga mais óbvia que me ocorreu, além de algumas outras que não vale a pena citar.
Vi logo que a idéia não era tão boa. Mas havia outra possibilidade. Eu posso conhecer uma pessoa que também queira abolir o carro como eu, que goste de andar de bicicleta e a pé, que ache conhecer a cidade em outro tempo um máximo. É perfeito, mesmo me tolhendo de ter relações com meninas que tenham carro. Nessa hora vi que casar e comprar uma bicicleta não precisava ser uma dicotomia. Posso casar com alguém que queira casar e ter uma bicicleta. Que dificuldade haveria?! Ia ser lindo! Um casal passeando pela cidade, pelo mundo, poluindo menos, dependendo um pouco menos de combustíveis fósseis(é foda se livrar do plástico!). Pensei assim até atravessar o túnel entre a Lapa e o Estácio ou Catumbi(nunca sei que bairro é aquele).
De súbito pensei: Essa mulher vai ser uma hippie louca. Vai querer que eu pare de comer carne(o que minhas avós pensariam disso?!), vou fumar maconha o dia todo, querendo ou não, vou ter dúzias de gatos na minha casa(nada contra um, mas vários é foda, ainda mais com essa leve alergia!), nossas férias seriam sempre num lugar meio místico(mesmo que fosse o sana), nossos filhos se chamariam Vento, Lua Nova, Krishna e Maya. Lindo!! Mas vi que também não era isso.
Enfim, cheguei em casa pensando que eu podia ter consertado uma das minhas bicicletas e que aquela idéia de não andar mais de carro, mesmo sendo dos outros, era uma puta de uma idiotice. Abri o portão. Fechei-o. Andei um pouco, subi as escadas e peguei a chave da porta de vidro. Abri-a e fui apertando o botão do elevador. Me perguntei que horas eram. Peguei o celular e vi: 15:43. Como era domingo já sabia que ia pegar o almoção de domingo frio. Foda-se, microondas serve pra quê?! pensei eu... Entro no elevador, aperto o quatro, cantarolei um bocadinho e, no meio de when you’re similing, abro a porta de casa, vejo a mesa da sala meio tirada e pergunto pra minha mãe, que estava no sofá lendo o jornal, O que foi o almoço? Bacalhau à zé do pipo. Puta que pariu, a única coisa que eu não gosto aquecida no microondas!(como se gostasse de alguma), disse pra mim. Ainda tive esperança que tivessem almoçado há pouco e perguntei, Almoçastes ainda agora, num é?! Não André. A Tânia foi trabalhar cedo, já almoçamos há tempo. Nada podia ser pior.
Ou podia. Minha mãe larga o jornal, levantasse e diz, Tinha até vinho verde, mas eu e o teu pai já o bebemos. Nessa hora só me pausou pela cabeça que eu tinha levado quase duas horas para chegar em casa, mesmo que estivesse de bicicleta, ia levar uns 40, 50 minutos, não ia beber vinho verde, nem comer o bacalhau quentinho, acabado de gratinar. Foi quando percebi que não precisava nem casar, nem de outra bicicleta, precisava de um carro...

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Português Definitivo

Como diz o Emílio, eu fico impressionante com certas coisas. Esses dias estava eu andando meio distraído quando algo me chama à atenção. O que era?! Um pôster de propaganda, mas uma propaganda, no mínimo, estranha. Era o comercial de um curso que prometia ensinar, definitivamente, um idioma. Até aí estranho sou eu, né?! Mas o idioma não era inglês, alemão, francês, italiano, nem mesmo chinês, tailandês ou um desses que nós pomos no orkut de sacanagem.
O idioma, acreditem, era o bom e velho português.Então fui olhar com mais atenção pro cartaz pra ver o que era de fato. Imaginei que fosse algo para concursos públicos, vestibulares, sei lá, pastores ou coisa assim. Nada. O anuncio dizia apenas que o professor Marcelo Portela(alguém já ouviu falar? dei até uma olhada no google, mas não apareceu nada) coordena o curso de português definitivo. Ainda me passou pela cabeça, pode ser um curso intensivo para as novas regras ortográficas. Na dúvida, decidi anotar o telefone e ligar.
Cheguei em casa e liguei. Só tinha anotado o telefone da filial Madureira, pois se o curso me interessasse era bem mais perto que a Taquara ou Campo Grande. Curso maxxxi, boa tardi, disse-me a atendente do outro lado. Boa tarde, tudo bem?! Eu liguei para saber de que se trata o curso de português definitivo, perguntei eu. Olhi, a pessoooa responsaver por esses negócio num tá não. Tudo bem, eu ligo mais tarde. A senhora sabe me dizer daqui a quanto tempo? Ao que ela me responde, Num tarda não! É rapidinho. Foi só foi obrá.Ta legal então. Muito obrigado.
De cara já pensei, não é curso para oratória em português, se fosse seria um disparate. Imagina um curso que pretende te ensinar a falar, onde a telefonista ou sabia lá eu o que era, diz que a pessoa responsável foi cagar. Bolei... mas fiquei tão curioso depois daquilo, que não agüentei e liguei de novo. Pra meu azar deu ocupado.
Acabei esquecendo a estória. Porééém, não é que eu passei pelo anúncio outra vez! Peguei logo o celular e liguei, aflito pra saber do que se tratava. Tocou, tocou, tocou e tocou mais um pouco. Enfim me atende um senhor, Estou sim. De onde fala, por favor, perguntei já reconhecendo um patrício do outro lado. É do curso maxi, senhor, ensinámos purtugês dfnitibo. Ah é?! Mas o que seria português definitivo, o senhor pode me explicar? Atão, é muto simples, desdenhava o luso do outro lado, é um curso pra’prenderes o purtuguês no dfnitibo. Sim, eu já entendi, só não entendi a parte do definitivo, nessa hora eu só conseguia pensar que aquilo era uma piada de português ao vivo. Bou-lhe xplicaire. Dámos aulas de purtuguês pelas dfnições. Ah tá, fiquei eu mais confuso ainda. Bou ser mais claro, acho que ele percebeu minha ignorância nesse momento. Meu nome é Mãrcelo Purtela, sou eu o prufessor e curdenador. Asjaulas são dadas por mim! Eu sou um purtuguês que dfne. A dizer melhor: sou um purtuguês dfnitibo. Hummm, é isso então?! Nessa hora só pensei no que meus amigos e conhecidos diriam disso.
Imagina, perdi um tempo do caralho para saber o que era aquele tal curso de português definitivo e, no final, era um merda de um patrício fanfarrão. Ainda assim, não satisfeito ainda perguntei, Eu só queria saber quem era a moça com quem eu falei da outra vez, se o senhor puder me dizer. Ele me reponde, É uma com sutaque de pãbaíba?! Eu meio encabulado respondo, Acho que sim, uma moça com sotaque nordestino. Ah! Essa filha da puta! É minha impregada, tá a querer fazer um curso de nórdestino dfnitibo, mas já lhe disse que ningáim bai qrer... onde já se biu?! Nórdestino dfnitibo?!?!?!

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Leminskianas

É um riso
Que rasga o rosto.
É um gosto
Que gasta o sorriso.
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É tanta tralha,
Tudo se espalha.
É tanto tudo,
Que nada mudo.
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Rima pro querer
Eu não tenho.
Só posso dizer
Que não tem fim.
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Não é pecado amar.
Trair não é pecado.
Apaixonar é arriscado,
Já que vai te cegar.
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Não temo,
Não teimo,
Não tremo,
Não tenho tempo...
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Todo sujeito,
Sujeito de jeito imperfeito,
Com o peito no pleito,
É governado sem respeito
Por um sujeito sem peito!
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Rende risos,
Rói de doer.
Dói nos dentes,
Faz esquecer...
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Tenho andado com problemas,
Preferia andar com mulheres...
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Dou pulos.
Dou passos.
Palpito por
Teus braços...
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O problema das relações afetivas
São os ovos que se pisa.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Alfinete

Uma criança brinca com um alfinete; brinca com uma pedra, com um mouse, com teclados, com isqueiros, com gente e com tabus; brinca com perguntas, com certezas, com gramas e insetos; brinca com artrópodes, com letras que não conhece, com crianças sujas, pobres e duras...
Uma criança ri das mortes, das mães, dos pais, dos maridos, dos traídos, dos deuses e superiores; ri da vida, dos dias, da chuva, dos juizes e adevogados; ri dos relógios, dos celulares, das agendas e compromissos...
Uma criança cria castelos de areia, sonhos reais e gente invisível; cria músicas fora da escala tonal, comida de terra, viagens a outro jardim... digo, galáxia; cria risos bobos e sinceros...
Uma criança chora de tristeza, de dor e amor; chora por nada, por tudo e por todos; chora com vontade, de verdade, de raiva e ansiedade; chora por chorar, por poder...
E nós, que já crescemos um pouco, fingimos não ser mais crianças.